14.1.09

LEITURAS E A CHUVA.

Há dias eu contei que havia comprado o romance de estréia “O fim do Alfabeto” do autor canadense CS Richardson. Pois bem, acabei de ler o pequeno romance ontem a noite e me decepcionei um pouco. Esperava mais da história que me pareceu interessante assim que li a sinopse na contracapa do livro. Um sujeito que no dia do seu aniversário de cinqüenta anos descobre que tem uma doença mortal e que viverá no máximo mais um mês. Resolve então viajar ao redor do mundo seguindo a ordem alfabética. A idéia (está difícil me acostumar com a idéia de ter que escrever idéia sem o acento agudo) é boa, mas o autor não conseguiu me emocionar. Nas visitas pelas cidades nada de interessante acontece que possa demonstrar que haverá uma transformação até o final do livro. Ele relembra alguma passagem de sua vida, completamente sem importância para o desenrolar da história, e segue viagem para a próxima cidade acompanhado por sua mulher, que coitada fica meio a margem da história, seguindo a ordem maluca do marido. Na contracapa a sinopse anuncia que em Istambul a viagem toma um rumo inesperado. Pelo menos no meu exemplar não aconteceu nada de especial. Eles fizeram amor, foi a única diferença que notei, ou não tive sensibilidade para perceber algo de inusitado. Também a forma narrativa que o autor (com todo o respeito, será a tradução?) dá ao texto é fria, não conseguiu me envolver. Li o livro inteiro porque queria saber o final, mas não me proporcionou prazer e emoção como imaginei que faria. De A a Z nada aconteceu.

Não me lembro de ter visto tantos raios nas últimas chuvas de verão que caíram sobre a cidade. Bonito de ver da janela do meu apartamento. E amedrontador. Ao contrário de muita gente que conheço, eu gosto de chuva. Gosto do ar fresco que fica depois que ela cai e também de observar ela chegar, as nuvens se formando e o exército de pingos grossos que saem de dentro delas. As vezes tenho vontade de ir para a rua e deixar que ela me encharque até os ossos. Há pouco tempo fiz isso. Voltando do centro começou a chover e eu não me escondi. Voltei caminhando normalmente. A sensação primeiro é de desconforto, mas depois a gente se acostuma, e o corpo responde como se precisasse beber a água que vem de algum lugar que ele reconhece não sendo de um chuveiro. Experimente, equivale a uma sessão de terapia. Ajuda a lavar as impurezas da alma.

Um comentário:

Anônimo disse...

Puxa! Se vale! Melhor que na cidade, é tomar chuva em chão de terra cercado de verde. Já passeou na chuva em Visconde de Mauá? Arrepia sói de lembrar.

Chuva é muito bom.