26.8.09

SAUDADES DO MEU GATO

Hoje senti muitas saudades de um gato que tive quando morei na Áustria. Ele se chamava Grafit. Era um viralata que foi se aproximando de meu amigo e da casa pouco a pouco bem antes de eu ir morar lá. No começo ele vinha, comia a comida que o meu amigo colocava para ele e desaparecia. Depois, além de comer, começou a passar a noite na cadeira do terraço e durante o dia ele sumia. Repetiu esse movimento por alguns meses e quando percebeu que meu amigo era inofensivo resolveu ficar de vez. Depois de algum tempo engordou uns cinco quilos, seu pêlo passou da cor preta para o cinza chumbo e ele tomou posse da poltrona mais confortável da sala. Quando cheguei para morar lá, a casa já era dele. Me fez companhia por doze anos. Apesar de conviver com a gente, não gostava de ser carregado e nem que o colocássemos no nosso colo, mas amava ser penteado. Era teimoso. E desaforento. Quando saímos por mais tempo do que ele achava que podíamos ficar fora de casa, ele jogava toda a areia de sua caixinha de fazer necessidades para fora dela e a espalhava pela sala, depois nos dava as costas. Não queria conversa. Só fazia as pazes de novo com a gente quando sentia o cheiro de rim picadinho ou fígado que colocávamos no seu pratinho. Era um gourmet. Sabia escolher o que queria comer, e não adiantava ficar tentando abrir seu apetite com outras comidinhas, o que ele queria mesmo era rim de porco picadinho. No café da manhã ele adorava gema de ovo quentinha com pedacinhos de manteiga. Nos últimos sete anos que eu morei lá ele foi minha grande companhia. Sabia quando eu estava triste e quando eu estava alegre. Falava comigo através dos olhos. E começou a pedir colo. Bastava eu me sentar no sofá da sala para ele subir no meu colo. Um ano antes da minha volta, quando eu já começava a pensar em como ele se adaptaria no Brasil, ele adoeceu. Começou a ter dificuldades renais, depois perdeu os dentes e seu rosto adquiriu uma fisionomia de gente velha. Parecia que estava usando óculos. Passou a se sentar com freqüência na minha frente e a me fitar pó horas. Como se quisesse me registrar em sua memória. Eu conversava com ele e ele ronronava de volta ininterruptamente. Depois de um tempo começou a mancar e não querer comer e foi minguando e minguando até que um dia morreu. Fazia frio naquele dia e havia nevado muito, com a ajuda de um vizinho eu o enterrei sob um pinheiro canadense que ele adorava afiar as unhas. Não sei por que, hoje me lembrei muito dele. Espero que ele esteja bem onde quer que possa estar. Foi um grande companheiro. Desses que sabem escutar e te deixam ficar sozinho quando percebem que você não está para conversa. E um grande comilão, assim como eu.

4 comentários:

Anônimo disse...

essa história é muito comovente e chorei muito com ela.Meu gato tem 12 anos e esta com doença renal, levei na veterinária ele ficou internado comprei todos os remédios e hj ele esta internado de novo, a veterinéria me falou pelo telefone que era a ultima tentativa pq ele ta sofrendo muito.O que estava ao meu alcance eu fiz, agora esta nas mãos de Deus, Ele é sábio e sabe oq faz.To sofrendo muito, doe demais saber q ele pode ao aguentar e morrer pq eu tenho 15 anos e ele 12 desde pequeno ele é apegado comigo, e hj eu coloquei ele pra dormi comigo pq ele nao consseguia vim sózinho dai eu tirei a mao dele pra ele fica mais confortavel, dai ele pegou a patinha dele e colocou na minha mao ai eu abracei ele de novo e ele dormiu. (sei que vc nao tem nada ve com isso, mais foi uma forma de eu me sentir melor)Dói demais saber q ele vai morre

Anônimo disse...

se quisé meu orkut ads ai http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=5560974591073315432 abraços

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

Tambem foi a mesma coisa que aconteceu comigo ele ficou só 9 dias(era pequeno,e nem desmamou ainda) só que marcou uma vida nunca vou te esquecer gato s2,