15.7.10

14 JUILLET E OUTROS REGISTROS


Ontem acordei com os aviões de caça franceses sobrevoando minha cabeça. Iam em direção a Champs Élysées onde Sarkozy e convidados mais uma multidão os aguardavam. Da janela podíamos vê-los em grupos sobrevoando baixo a cidade. Que medo! Deu para imaginar como seria um bombardeio. Comemora-se e muito o feriado nacional francês, todas escolas militares e civis que formam a elite do país estão presentes no desfile, e o orgulho nacional ferve nas veias (ah sim, a república não conseguiu acabar com as elites, bobinho). Na noite anterior os bailes populares gratuitos se espalham pela cidade. Fomos a um baile na caserna dos bombeiros do Marais. Não, não vi a Luma de Oliveira por lá, por outro lado uma multidão de gente muito jovem fez fila para entrar. Quando saímos da festa animadíssima a fila ainda dava volta no quarteirão. Jamais recuse um convite para ir a uma festa em qualquer caserna de bombeiros do mundo, você vai entender a comoção da comunidade gay/hetero e genéricos internacional quando estiver de corpo presente. Música pop para dançar, cerveja e champanhe nacional (não poderia ser diferente). A queda da bastilha e o fim da monarquia absoluta sequer foram lembrados pela turba que queria apenas se divertir. É isso, e não é que a Maria Antonieta errou por pouco! Cerveja e champanhe satisfazem muito mais que brioches, e além disso ainda alegram o espírito.

Vocês já repararam no tamanho do pé da madame Sarkozy, ela deve calçar pelo menos número 43.

Há quase duas semanas leio no site do uol o título da notícia sobre o crime que o goleiro do flamengo é acusado de ter cometido. Não me interessei em ler o conteúdo porque sabia que não teria fígado para saber dos detalhes. Pois hoje um amigo me ligou do Brasil e fez um resumo dos fatos. Não sei se é possível tentar localizar somente dentro de suas famílias as razões que levaram esses criminosos a cometerem seus crimes. Creio que o goleiro Bruno e seus comparsas, bem como os Nardonis, e Suzane Richthofen anônimos, e todos os outros que estamparam as páginas dos jornais nos últimos tempos chocando o país, não necessariamente não teriam cometido seus crimes se tivessem sido bem educados ou bem amados por seus familiares. Quando analiso as causas que os levaram a cometer os seus crimes, concluo que teria sido bem mais fácil tentar resolve-los sem violência. Tem que haver um desvio psicológico que os conduz a barbárie. Um grão de areia no caminho, aparentemente se torna um deserto inteiro, um problema de vida ou morte. Ainda bem que eles não representam a regra, mas a exceção, talvez não tenham os mecanismos de auto censura e controle que a maioria de nós tem. Porque às vezes penso que qualquer um de nós pode ser um assassino em potencial. Não sei se um conjunto de fatores e condições poderia ser suficiente para conduzir qualquer ser humano a optar pelo crime, mas de qualquer forma já vi muita gente que se considera normal escapando por pouco da linha limítrofe que separa a normalidade da anormalidade. As vezes pequenos desvios de conduta que se não tivessem sido reprimidos a tempo teriam causado grandes estragos. Por outro lado, acredito que dentro do complexo meio das famílias que priorizam o diálogo como tentativa de solução para seus problemas, a probabilidade de surgir desviado social é menor. Enfim, são apenas reflexões superficiais, nada científico, somente porque preciso refletir para tentar entender o que me choca.

4 comentários:

Lícia. disse...

Passar um fim de semana inteiro acompanhando em todas as estações de tv a fúria psicopata do goleiro Bruno, de alguns repórteres, turma da polícia civil e dos populares que se deliciam com as carnificinas é duro e revelador.
A que se decretar por aqui o fim do fim. Recomeçemos já!

Lícia corrigindo disse...

Há que se decretar...kkkk!!!

Lícia corrigindo disse...

Há que se decretar...kkkk!!!

Lícia corrigindo disse...

Há que se decretar...kkkk!!!