As vezes me passa pela cabeça a idéia de que estou perdendo tempo. Sei lá, que poderia estar fazendo algo objetivando uma meta como a maioria das pessoas que conheço, galgando um lugar ao sol, buscando profissões mais rentáveis e confortáveis, que exigem menos esforço, ou a celebridade a qualquer preço por exemplo, criando um personagem fictício para falar da minha vida íntima ou taras. Tenho a impressão de que faço sempre as escolhas mais difíceis para mim mesmo, e que se assentasse a bunda, baixasse a cabeça e apenas continuasse a fazer as coisas, não teria tantos desafios para enfrentar. Outro dia assisti a um filme na televisão no qual os laudos periciais realizados na vítima de um crime resultaram na descoberta de que a garota tinha uma particularidade que era específica de pessoas que passam a vida olhando para o céu ou simplesmente para cima, uma calosidade no pescoço ou nuca, agora não me lembro mais. No fim descobriram que a garota passava quase as vinte e quatro horas do dia observando os astros num planetário onde sua mãe trabalhava. Aí o bom senso me diz que isso não existe, que o tempo não se perde, pelo contrário, se ganha, que a experiência vivida durante o tempo que a gente acha que está perdendo é o que conta e vai servir de fundamento, o resto é bobagem e enganação, revista de fofocas. Acima de tudo experimentar é muito mais prazeroso do que o esforço necessário para se manter dentro de um contexto de modelo pré-concebido onde nos encaixamos freqüentemente, e, como todo mundo sabe, um saco vazio não fica de pé sozinho. Mesmo assim, a sensação de que o tempo está passando e que muitos sacos vazios têm conseguido ficar de pé com ajuda de outros sacos vazios me surpreende e atravessa o caminho com freqüência. De qualquer forma meu modelo é outro, sou um tipo infiel a mim mesmo, vou experimentando apenas para satisfazer a minha curiosidade, como a garota do filme, olho muito para cima, mas porque os criminalistas me mostraram que posso ficar com essa calosidade, agora olho bastante para os lados também.
4.8.10
EGOPOST
As vezes me passa pela cabeça a idéia de que estou perdendo tempo. Sei lá, que poderia estar fazendo algo objetivando uma meta como a maioria das pessoas que conheço, galgando um lugar ao sol, buscando profissões mais rentáveis e confortáveis, que exigem menos esforço, ou a celebridade a qualquer preço por exemplo, criando um personagem fictício para falar da minha vida íntima ou taras. Tenho a impressão de que faço sempre as escolhas mais difíceis para mim mesmo, e que se assentasse a bunda, baixasse a cabeça e apenas continuasse a fazer as coisas, não teria tantos desafios para enfrentar. Outro dia assisti a um filme na televisão no qual os laudos periciais realizados na vítima de um crime resultaram na descoberta de que a garota tinha uma particularidade que era específica de pessoas que passam a vida olhando para o céu ou simplesmente para cima, uma calosidade no pescoço ou nuca, agora não me lembro mais. No fim descobriram que a garota passava quase as vinte e quatro horas do dia observando os astros num planetário onde sua mãe trabalhava. Aí o bom senso me diz que isso não existe, que o tempo não se perde, pelo contrário, se ganha, que a experiência vivida durante o tempo que a gente acha que está perdendo é o que conta e vai servir de fundamento, o resto é bobagem e enganação, revista de fofocas. Acima de tudo experimentar é muito mais prazeroso do que o esforço necessário para se manter dentro de um contexto de modelo pré-concebido onde nos encaixamos freqüentemente, e, como todo mundo sabe, um saco vazio não fica de pé sozinho. Mesmo assim, a sensação de que o tempo está passando e que muitos sacos vazios têm conseguido ficar de pé com ajuda de outros sacos vazios me surpreende e atravessa o caminho com freqüência. De qualquer forma meu modelo é outro, sou um tipo infiel a mim mesmo, vou experimentando apenas para satisfazer a minha curiosidade, como a garota do filme, olho muito para cima, mas porque os criminalistas me mostraram que posso ficar com essa calosidade, agora olho bastante para os lados também.
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