M.M.M., für Dich, 277 wörte
sehr herzlich.
Viena. Fim de tarde de um domingo novembrino.
Estamos no interior do Café Imperial.
Aqui dentro o burburinho das vozes é cada vez maior,
enquanto lá fora, há horas a neve insiste em deitar-se
sorrateira e silenciosamente sobre tudo.
Repare bem. Passeie seus olhos sobre esse tradicional
café. Lá no fundo, na última mesa.
No canto esquerdo,ao lado do piano, um homem
acaba de beber prazerosamente
um gole de vinho tinto.
Sim, sim, ele mesmo, aquele
de cabelos grisalhos e nariz adunco
que olha fixamente para um ponto da parede.
Como se estivesse pensando sobre
seu passado, ou sobre atuais conflitos
de âmbito internacional.
Mas não se deixe enganar.
É fácil fazer uma falsa
imagem sobre qualquer pessoa,
e é exatamente isso que eu não
gostaria que você fizesse agora.
Note bem a diferença entre ele
e os outros aqui presentes.
Eles riem e gesticulam, enquanto
ele, sequer os olhos pisca.
Você poderia argumentar que essa
postura engessada é típica de pessoas
que vivem relembrando os velhos tempos.
Eu diria que mais uma vez você está enganado.
Seu pensamento está viciado pelo excesso de rigidez.
Veja bem. Note como ele segura a taça.
Eu posso sentir a leveza de seu espírito.
São raros os homens que tem esse olhar.
Não, eu discordo totalmente de você.
Sim, sim, a aparência nos leva a crer que.
Mas... Finja que precisa ir até o banheiro.
Ora vamos, passe por ele, e se preciso for
pare na sua frente.Tome coragem e o encare.
Olhe bem no fundo de seus olhos.
O que você verá? Não sei. Definitivamente eu não sei.
Quem sou eu para adivinhar um olhar de futuro?
Nenhum comentário:
Postar um comentário