Não conseguirei ser tão profundamente analítico,
e nem é essa minha pretensão. Tento quando muito
me aproximar de ser um contador de estórias. Mas hoje,
depois de ler os jornais percebi que há no ar um início
de compreensão e de tentativa de reversão por uma pequena
parcela de pessoas que pensam neste e em outros países.
Compreensão e reversão do que? Do processo autodestrutivo da
sociedade em que vivemos e fazemos parte. Existe sim uma luz
no fim do túnel que existe em cada um de nós, porque é só assim,
isto é, individualmente, que podemos contribuir com o meio em
que vivemos. Não confundir com individualismo. Mas sim com a
vontade individual de fazer parte de algo que tem por finalidade
reverter o processo de banalização dos valores conquistados
por nossos antepassados. Esta semana indiquei "Arena conta Danton" e
ontém fui ver "Os sonhadores" do Bertolucci. E esses dois espetáculos
me ajudaram a perceber o quanto nos distanciamos dos ideais que até
agora pouco, no máximo há duas décadas
(o que não representa nada históricamente)
faziam parte do imaginário contemporâneo.
Imaginávamos um mundo melhor para todos,
agora ansiamos por imagens que convençam
o mundo todo pelas aparências.
Deixamos de tentar resolver tabus e/ou questões mais profundas
que nos causavam aflições e passamos a cultivar a manutenção
de novos preconceitos e/ou conceitos duvidosos.
Acho sim que existe muita gente interessada
em não fazer parte dessa imensa massa de consumidores de fórmulas
rápidas de felicidade. Não, não precisamos sofrer para tanto. Nem nos
tornarmos chatos e discursivos, mas de modo paciente, não desistir e
sucumbir aos acenos do mundo bolha de sabão que nos é oferecido.
Basta não deixar de pensar, e instigar o outro também a fazer o mesmo.
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