10.12.04

NOTÍCIA SOBRE A NOTÍCIA QUE ME COMOVEU.






Novamente acordei cedo hoje. Muito cedo.
Levantei e enquanto o café escorria pela cafeteira
fui buscar o jornal empurrado por debaixo da porta.
Pra encurtar a história (essa com H porque verdadeira)
fui atropelado por essa notícia no caderno metrópole do Estadão.
Uma garota, muito doente e moradora da periferia de S.P.
ganhou de presente um sonho que pensou jamais fosse se
realizar. Uma visita, com entrada franca ao MASP.
Ela também pinta. Foi com a mãe e a irmã de 11 anos.
Ao chegar diante do quadro do Renoir ela parou e disse:
"é ele, o Renoir, pensei que nunca fosse vê-lo" e
ficou boquiaberta por um bom tempo emocionada.
Sem o convite feito pela direção do MASP ela não teria tido
condições de pagar o ingresso de R$ 10,00 reais.
Tudo bem, me chamem do que quiserem, mas ao ler a notícia
eu fiquei profundamente emocionado. Pude imaginar as
emoções dela, que devem ter sido as mesmas que senti
ao ficar de frente com a série de girassóis do Van Gogh.
Não pude conter as lágrimas. Não quero aqui entrar
na discussão sobre a questão social e o blá, blá, blá
irritantemente-repetitivo-e-demagógico que assola o país.
Pensei somente no impacto que uma obra de arte pode causar
nas pessoas. A comunicação direta, indiferente do grau de
entendimento e "nível" social. E antes de tudo,
no coração profundamente renovado e aliviado da
garota de nome Janne.


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