12.11.08
LEITURAS E AS PÉROLAS DO GUSTAVO VINAGRE
Demorei umas cinqüenta páginas para engatar e começar a sentir prazer ao ler “O que eu amava”, o romance da Siri Hustvedt. Não sei ainda muito bem porque não conseguia entrar na história. Talvez porque nesse livro ela seja bem mais detalhista na descrição dos personagens, como eles são fisicamente e também o espaço onde vivem e como se relacionam com os outros. Tudo isso é muito importante, mas como a cada nova página há um novo personagem a ser apresentado, precisei de mais tempo para fazer a ligação entre eles. Pode ser isso, ou em parte porque eu também estava menos concentrado nas coisas que fazia. Agora estou dentro. Hoje de manhã enquanto lia algumas páginas, em razão de uma passagem do livro me lembrei de uma crítica que li sobre o livro do Marcelo Mirisola há umas duas semanas. O crítico, não me lembro qual o nome dele agora, falou pouco sobre o livro, me parecia mais interessado em denunciar o que chamou de “mundinho da literatura” do autor do que em fazer uma crítica sobre o livro. Não conheço o Mirisola pessoalmente, mas considero esse tipo de crítica um desserviço ao leitor e uma ofensa ao escritor. O que ele quer é denegrir a imagem do escritor, reduzi-lo, torná-lo banal e risível. Não se aprofunda no texto mas se apega a pessoa do autor. Não gosto desse tipo de jornalismo, aprendido das colunas sociais, cujos textos são notinhas. São delimitadores e preconceituosos, apontam o dedo e enquadram a obra do artista a grupos e tendências. O Marcelino Freire deu uma entrevista para a Revista Continente na qual ele expõe muito bem o que penso sobre essa mania de enquadrar o autor em uma ou outra linha/ideologia/preferência sexual e etc...
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Um comentário:
fico lisonjeado com os elogios. espero q goste!
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