Foram doze dias, nem mais nem menos, para confirmar (no fundo eu já sabia, mas me culpava por achar que não deveria ser tão preconceituoso): cada vez mais os jecas tomam conta de todos os espaços públicos e não públicos do país. Não importa onde você foi passar os feriados do natal e réveillon, você certamente foi obrigado a dividir seu espaço com eles. E não adianta vir me dizer que não devo escrever como se não fizesse parte da nação, faço sim, mas não sou e nem quero fazer parte do que fui obrigado a ver/ouvir/conviver/dividir. Diferentemente das descrições Canettianas sobre massa e poder aqui seus conterrâneos te obrigam a não querer fazer parte de nada. Somos o país dos idiotas. Gente sem noção da existência de direitos individuais, propriedade privada e pública. E o pior, que se orgulha de ser assim, desrespeitosa, ignorante e jeca.
Abaixo uma lista com apenas dez das características (que a cada dia aumenta) para que você possa reconhecer um jeca, ou famílias de jecas, grupos de jecas, e etc... Lembre-se tem pessoas que não apresentam todas as características, mas que nem por isso deixam de ser jecas. Estão distantes a apenas algumas dessas características para se tornarem jecas. Fazer o que, daqui para a frente será cada vez mais difícil não conhecer, trabalhar ou se relacionar com um jeca.
1- Jeca não tem classe social definida. Pode ocupar todo o alfabeto da escala de definição de classes. Vai da AAA até a ZZZ. Não tem nada a ver com o saldo positivo da conta corrente. Tem jeca que ocupa lugar de gerência em empresas, jeca ministro, jeca advogado, jeca médico, jeca empregado de farmácia, jeca representante comercial, jeca é jeca, independente do que ele faz ou deixa de fazer.
2- Jeca adooora passear em shopping Center, falar alto para todo mundo ouvir o que está falando, parecer íntimo de quem acaba de conhecer, falar de sua vida íntima com qualquer um, andar com o fonezinho do mp3 no ouvido mesmo que não esteja ouvindo nada, usar óculos escuros em locais onde não há necessidade, camisetas com logotipos de empresas que ele considera muuuito chiques, esperar em fila de espera na porta de restaurante “de moda” e outras idiotices que o fazem pensar que pertence a um grupo de selecionados e pessoas especiais.
2- Possui um automóvel com instalação de aparelho de som potencialmente capaz de funcionar em uma casa noturna. Estaciona na rua, abre o porta-malas e liga o som no último volume com música de péssima qualidade. Detalhe: o jeca se senta há alguns metros do local, em uma das mãos ele segura uma latinha de cerveja, na outra um celular.
3- Anda em grupos, nunca sozinho. Normalmente usa correntes grossas no pescoço pode ser de prata, lata, ouro, ou qualquer coisa que brilhe muito.
4- É “malhado”, quero dizer, parece um bovino. Na praia, só vai de um ponto ao outro com uma latinha de cerveja na mão, caso contrário, empaca.
5- Fala mal o português. Muito mal. Não conhece nem nunca ouviu falar em plural. Não concorda o verbo, e lógico, não concorda com ninguém que consiga formular uma frase sem erros gramaticais.
6- Adora estar em companhia da sua jeca fêmea. Que deve ser e se comportar de forma ainda mais vulgar que ele. A jeca deve usar roupinhas justas para expor todas as suas deformações corporais, peitos e barriga devem parecer querer explodir para fora de suas camisetas curtas e calças abaixo da cintura quase começando a mostrar o risco de sua genitália.
7- Jeca usa muito as palavras: balada, galera, moçada, mano, mina, aí, véio, ta ligado, fui e outras que ainda vou conseguir me lembrar.
8- Jeca não cumprimenta normalmente, com aperto de mãos. Jeca bate mãozinha, punho com punho, qualquer coisa, menos simplesmente apertar as mãos.
9- Jeca adora gritar uhu, é uhu para qualquer coisa que o emocione.
10- Jeca não tem consciência de nada. Ele olha, acha “manero” e copia.
Um comentário:
uhahaha
se fosse mulher e tivesse TPM, matava um de vez em quando, Sergio?
Acabou a moleza. Tenho que trabalhar, mas eu volto pra ler mais depois!
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