Acompanhei uma discussão antiga na tv francesa sobre a proibição de minaretes na Suíça. O programa deve ter sido reprisado, já que no dia 29 de novembro por meio de um plebiscito os suíços votaram a favor da proibição. O país inteiro tem quatro minaretes (torres das mesquitas) e eles estão aterrorizados com a idéia de serem acordados com os chamados dos mulçumanos convocando os fiéis a fazerem suas orações. Sinceramente, também não gostaria, mas será que não tem outra forma de resolver isso? Bem que o Sartre avisou que o inferno são os outros. Então, nada mais fácil que começar eliminando as diferenças. O argumento que engana apenas os sem miolos é fascismo disfarçado, porque na verdade o que eles querem é espalhar terror e medo nos cantões. Dizem se sentir ameaçados pelos muçulmanos e suas tradições. Um dos sujeitos a favor disse que a civilização européia está no início do fim, a Europa livre (há há) vai acabar, está se auto abortando (essas foram suas palavras). Senti arrepios ao ouvi-lo. Guardadas as proporções, o que fizeram com a moça da uniban é fichinha, a diferença é que lá a coisa é mais organizada, institucional, não tem gritaria e (ainda) não jogam pedras. Fiquei pensando em como ajudá-los a aprender a conviver com as diferenças. Talvez o Lula pudesse sugerir ao governo suíço um programa do tipo intercâmbio, em que os suíços viriam passar um tempo aqui no Brasil e gente iria para lá. Eles ficariam hospedados em qualquer bairro de classe média de qualquer cidade do país, não precisa ser na periferia para não chocá-los logo na chegada, pode ser em Higienópolis ou em Ipanema, numa praia de São Vicente ou Ubatuba nas festas de fim de ano. O primeiro final de semana ensolarado já servirá como início das aulas. Quando neguinho começar a lavar o carro com o som no último volume, qualquer cidadão suíço vai sentir saudades de suas geleiras e vai começar a perceber que um minaretezinho sozinho não vai fazer muita diferença. A aula se estenderá até o final da tarde, quando rapazes cheios de energia e vontade de viver encostarem o carro bem próximo do boteco da esquina e levantarem os porta-malas com as caixas de som direcionadas para fora (aposto que isso eles não conhecem, é uma coisa tipisch brasileira) para ouvir um pagode enquanto seguram suas latinhas de cerveja. A festa para a entrega do canudo vai ser um churrasco no Alvorada, o Lula vai entregar pessoalmente o diploma, para eles aprenderem que barbudo não é sinônimo de gente radical, e antes do schwitzer voltar enchanté para o seu país, vai ainda ganhar um fim de semana all inclusive em Salvador ou Recife. Afinal a gente vive num país musicalmente eclético, e nada melhor do que sair daqui com o conhecimento de mais alguns ritmos brasileiros. Ah, já ia me esquecendo dos brasileiros que deverão ir para lá. Bem acho que os primeiros a serem escolhidos para fazer o intercâmbio nos cantões deveriam ser esses aí que proporcionaram as aulas ao vivo para os suíços, é só uma questão de prioridade, e direitos, é lógico.
9.12.09
INTERCÂMBIO CULTURAL
Acompanhei uma discussão antiga na tv francesa sobre a proibição de minaretes na Suíça. O programa deve ter sido reprisado, já que no dia 29 de novembro por meio de um plebiscito os suíços votaram a favor da proibição. O país inteiro tem quatro minaretes (torres das mesquitas) e eles estão aterrorizados com a idéia de serem acordados com os chamados dos mulçumanos convocando os fiéis a fazerem suas orações. Sinceramente, também não gostaria, mas será que não tem outra forma de resolver isso? Bem que o Sartre avisou que o inferno são os outros. Então, nada mais fácil que começar eliminando as diferenças. O argumento que engana apenas os sem miolos é fascismo disfarçado, porque na verdade o que eles querem é espalhar terror e medo nos cantões. Dizem se sentir ameaçados pelos muçulmanos e suas tradições. Um dos sujeitos a favor disse que a civilização européia está no início do fim, a Europa livre (há há) vai acabar, está se auto abortando (essas foram suas palavras). Senti arrepios ao ouvi-lo. Guardadas as proporções, o que fizeram com a moça da uniban é fichinha, a diferença é que lá a coisa é mais organizada, institucional, não tem gritaria e (ainda) não jogam pedras. Fiquei pensando em como ajudá-los a aprender a conviver com as diferenças. Talvez o Lula pudesse sugerir ao governo suíço um programa do tipo intercâmbio, em que os suíços viriam passar um tempo aqui no Brasil e gente iria para lá. Eles ficariam hospedados em qualquer bairro de classe média de qualquer cidade do país, não precisa ser na periferia para não chocá-los logo na chegada, pode ser em Higienópolis ou em Ipanema, numa praia de São Vicente ou Ubatuba nas festas de fim de ano. O primeiro final de semana ensolarado já servirá como início das aulas. Quando neguinho começar a lavar o carro com o som no último volume, qualquer cidadão suíço vai sentir saudades de suas geleiras e vai começar a perceber que um minaretezinho sozinho não vai fazer muita diferença. A aula se estenderá até o final da tarde, quando rapazes cheios de energia e vontade de viver encostarem o carro bem próximo do boteco da esquina e levantarem os porta-malas com as caixas de som direcionadas para fora (aposto que isso eles não conhecem, é uma coisa tipisch brasileira) para ouvir um pagode enquanto seguram suas latinhas de cerveja. A festa para a entrega do canudo vai ser um churrasco no Alvorada, o Lula vai entregar pessoalmente o diploma, para eles aprenderem que barbudo não é sinônimo de gente radical, e antes do schwitzer voltar enchanté para o seu país, vai ainda ganhar um fim de semana all inclusive em Salvador ou Recife. Afinal a gente vive num país musicalmente eclético, e nada melhor do que sair daqui com o conhecimento de mais alguns ritmos brasileiros. Ah, já ia me esquecendo dos brasileiros que deverão ir para lá. Bem acho que os primeiros a serem escolhidos para fazer o intercâmbio nos cantões deveriam ser esses aí que proporcionaram as aulas ao vivo para os suíços, é só uma questão de prioridade, e direitos, é lógico.
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