Saí da sala do cinema pensando nas razões que me levaram a gostar do filme “É proibido fumar”. Nem sempre é assim. Normalmente eu gosto e pronto. Mas desta vez foi diferente. Comecei argumentando para mim mesmo que o filme é simples, tem uma aparência de “feito em casa”, história mais simples ainda, que não exige queimar os miolos para tentar entender. Outro motivo poderia ser o de que a gente parece conhecer aqueles personagens de algum lugar. Alguma prima se parece com a Baby e que o Max na verdade é uma cópia do sujeito que a gente vê todo dia com a barriga encostada no balcão da padaria conversando sobre futebol com o chapeiro. E acho que este é o ponto forte do filme, e o que nos faz gostar dele. Glória Pires e Paulo Miklos são tão naturalmente críveis que você esquece que está dentro de uma sala de cinema. Gosto do que está escondido atrás da simplicidade de diálogos e situações. Tudo parece simples. Uma moça carente encontra um vizinho sem muitas intenções, alguns interesses em comum com muitas diferenças embutidas. A história se desenvolve sem muitos conflitos, mas a gente sabe que a aparente ausência de conflitos é conduzida pelo desejo da busca da felicidade que cada um dos personagens guarda dentro de si. E é assim, com leveza, que você é conduzido a acompanhar a história de Baby e Max, torcendo para que eles dêem um jeito para dar certo. Não é preciso fazer um drama para se contar uma história dramática. Anna Muylaert, que é ao mesmo tempo roteirista e diretora do filme, pelo jeito sabe disso.
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